terça-feira, 1 de março de 2011

 
Abyssus Abyssum
   
Introdução
Vamos apresentar um trabalho sobre a Narração, a Descrição e Diálogo, onde vamos mostrar alguns excertos do conto literário “Abyssus Abyssum” onde mostra, algumas características sobre estes modos de apresentação da narrativa.

Diálogo:

Linha 7 – ‘’ – Ouvistes? – ralhara-lhes a mãe. – Olhai se ouvistes! Se voltais ao rio, mato-vos com pancada! Andai lá… ‘’
Linha 21 – ‘’ – lindo barquinho! – ‘’
Linha 35 – ‘’ – Mais nada? ‘’
Linha 36 – ‘’ – Isso não… mais alguma coisa. E a mãe que não ralhasse, está visto. ‘’
Linha 58 – ‘’ – Fora, mandriões, vamos! É preciso afazerem-se a madrugar, que lá está! Ai, ai, dia claro há que temos, vem aí o sol, e os morgadinhos na cama! ‘’
Linha 131 – ‘’ – Tate, ó Manuel! E se nós fugíssemos? ‘’

Narração:

Linha 1 – ‘’ Nesse dia, os dois pequenitos tinham jurado que haviam de ir ao rio. Assim eles tivessem uma coisa boa!... Mas que tentação para ambos, o rio! Ainda lhes soavam aos ouvidos, com todo o seu entono vibrante de ameaça, aqueles terríveis palavras com que a mãe os intimidara, um dia que lhe aparecem em casa tarde e às más horas.
Linha 68 – Os dois sentaram-se na cama para se vestir, contrafeitos, fechando os olhos àquela hostilidade viva da luz que invadira o quarto num jacto repentino e brutal. Pela abertura larga da  camisa assomava-lhes o peito que eles afagavam numa última carícia, suavemente, docemente. Seria tão bom tornar a adormecer, assim mesmo sentados! O mais novito ainda tentou deitar-se outra vez, pesaroso de ter de abandonar já o aconchego morno da cama onde se estava tão bem, onde os sonhos eram lindos!... ‘’  

Descrição:

Linha 180 – ‘’ Naquela luz indecisa de crepúsculo que mansamente se ia acentuando, os montes do Sul tomavam um torvo aspecto de sombras gigantescas, imobilizados num fundo em que se iam apagando ao de leve todos os cambiantes de luz. Os pormenores da paisagem perdiam-se naquela indecisão vaga de noite que vinha descendo, e uma espécie de silêncio confrangedor dominava a natureza toda, recolhido num como espasmo amedrontador e sinistro que dentro de nós evoca a essa hora não sei que vagos receios ou medos inconscientes que fazem com que na imaginação as coisas criem vulto, e no mundo exterior obrigam a retina a exagerar as formas às coisas…
Muda de gorjeios, atravessando o espaço em voos muito rápidos, a passarada demandava os ninhos onde se acoitasse do frio que acordava. Caíam já pesadas sobre os vales as sombras das montanhas, e um fumozito subtilmente azulado nadava à flor das coisas, velando-as para o tranquilo sono em que iam adormecer. ‘’

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